Futuro da Educação: tecnologia pode ser aliada à humanização




Qualquer discussão sobre o futuro da educação e da formação tem que abrir espaço para os maiores protagonistas dessa história: os estudantes de hoje. E eles estiveram, com o mesmo espaço que especialistas, debatendo em 15 de março no Educação 360 Jovem Tech, evento que reuniu no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, alunos de diversas origens, professores, formadores de opinião e quem mais de alguma forma está envolvido com esse tema. A discussão foi, principalmente, sobre a eficácia e as possibilidades que as novas tecnologias oferecem para estimular, melhorar e inovar na forma de educar.

Mediado por Antonio Góes, as mesas foram compostas por especialistas brasileiros, como Lucia Dellagnelo, diretora do Centro de Inovação para Educação Brasileira (Cieb); Rafael Lucchesi, diretor do Senai; e Ana Inoue, assessora de Educação do Itaú BBA. Entre os convidados estrangeiros, estavam o filipino Lee Magpili, designer da Lego Education e especialista em robótica educacional, que levou um dos seus “brinquedos” voltados para a aprendizagem (foto).

Todd Ensign, professor da Fairmount Station University, fez a palestra de abertura, trazendo uma visão sobre o ensino da robótica no mundo. Muitos países já adaptaram seus currículos de ensino fundamental para, logo nos primeiros anos, oferecerem esse conhecimento às crianças: estamos entrando numa era em que a linguagem da robótica já é oferecida como uma disciplina fundamental.

Seguem alguns tópicos importantes levantados no encontro.



·         Apesar de a ONU declarar a inclusão digital como um direito humano essencial, há diferenças gritantes entre os níveis de acesso e de conhecimento.

·         A internet deixou de ser uma ferramenta: ela é um território. Nela, se discutem e se decidem os próximos passos de assuntos mundiais, como a mudança climática.

·         Aliás, o jovem tech se preocupa com questões a longo prazo, não só em questões ambientais, como em saúde e cidadania, por exemplo.

·         Ao contrário da Era Industrial, a nova ordem é se dedicar a questões éticas, utilizando o tempo livre que ganhamos graças à tecnologia. Isso inclui a própria forma como cada um utiliza a web.

·         O senso crítico é indispensável para quem hoje estuda e pesquisa na grande rede, tanto para se basear em fontes confiáveis como saber refletir sobre as respostas alcançadas.

·         A robótica não é só um conhecimento em si. Na escola, os alunos desenvolvem diversas formas de se chegar a uma solução, abrindo novos caminhos na sua própria forma de pensar com relação a tudo: como ser mais rápido, como ser melhor.

·         É importante que pais e educadores mostrem aos mais jovens que não há boa ou má tecnologia: há formas de usar que podem gerar consequências boas ou ruins.

·         No futuro, não estarão todos estudando e vivendo da robótica: será uma escolha, de acordo com as habilidades e competências de cada um, como acontece com outras disciplinas.

·         A cultura digital ainda está em construção. Por mais tecnológico que o mundo se transforme, porém, o humanismo sempre terá seu lugar como traço fundamental da sociedade.

·         Inovar em sala de aula utilizando novas tecnologias exige cooperação e compreensão de todas as partes para que o processo avance. Como em toda forma de inovação, aqui também vale a tentativa e erro. Tudo o que é novo causa apreensão.

·         A tecnologia é um jeito de contar a história, mostrar a vida, mas sempre haverá aqueles que preferem os livros físicos (Viva!).

Sugestão de leitura

O Novo poder – Como disseminar ideias, engajar pessoas e estar sempre um passo à frente em um mundo hiperconectado. Autores: Henry Timms, Jeremy Heimans (Ed. Intrínseca). Uma perspectiva sobre as ferramentas e as ações colaborativas que estão mudando a divisão de poder. Os autores discutem alguns dos maiores casos de sucesso de nosso tempo — o crescimento de megaplataformas como Facebook e Uber, as vitórias inesperadas de Obama e Trump, o surgimento de movimentos como #MeToo — e revelam o que de fato está por trás de todos eles: a ascensão do novo poder, que não é mais protegido e inalcançável como o antigo, mas aberto, colaborativo e movido principalmente por indivíduos comuns. O livro explica como construir e usar da melhor forma esse novo poder.

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