Lindo trecho da crônica Aquelemundoqueperdemos, de Cecília Meireles. O texto faz parte do livro Episódiohumano, que reúne textos da autora publicados no periódico carioca OJornal, nos anos de 1929 e 1930.
Deixe o mar carregar, ninguém ordena o mar. Só ele mesmo. Quem tenta conter o mar se fecha em si, como numa casca, e se esquece de que o brilho do sol permite que tudo seja visto, ainda que não seja apreciado. Mar que não dá peixe também pode ser bom. O prazer de se banhar te basta? Se sim, você pode mergulhar em qualquer mar. Mas se é peixe, vida, cores variadas que te preenchem, perca tempo procurando mais um pouquinho até se deliciar com o mar perfeito. Pleno.
Em 1958, o filósofo e escritor Jean-Paul Sartre foi convidado pelo cineasta John Huston para fazer um roteiro sobre o pai da Psicanálise, Sigmund Freud. O roteiro não foi aprovado, mas em compensação, ganhamos um livro muito interessante, que descreve em minúcias como Sartre via Freud nos anos que antecederam seu sucesso. Freud, além da alma (editora Nova Fronteira; 2005; 636 páginas; tradução de Jorge Laclette) mostra as fragilidades e dúvidas do doutor da Universidade de Viena que ainda hoje é amplamente estudado e reverenciado. A história começa em 1885, quando Freud ainda trabalhava com o professor Meynert no setor de Neurologia em um hospital de Viena. Por discordar da forma como eram tratadas as vítimas de histeria, Freud vai à Paris, para ter aulas com Dr. Charcot, figura polêmica no meio acadêmico, considerado por muitos, inclusive por Meynert, como um charlatão por utilizar a hipnose nos tratamentos. Aliás, são muitas figuras masculinas fortes na história. Além ...
Uma característica desse blog é dar espaço para livros de qualquer época, não só os recém lançados. Então, não estranhem meu Top 3. Um livro não precisa ser considerado clássico ou estar na lista dos mais vendidos para ser citado. Compro, ganho, pego emprestado, descubro e redescubro livros, sem um roteiro. Espero que eles sirvam como sugestão para as leitura de 2021! 3 - O FILHO DE MIL HOMENS , de Valter Hugo Mãe. A obra de 2015 ganhou uma edição linda este ano, pelo selo Biblioteca Azul, da editora Globo, com ilustrações de Agostinho Santos e prefácio do escritor argentino Alberto Manguel. Quem poderia descrever tão bem uma história de esperança e amor de um pescador que vive à beira do mar, senão um navegante português das mais belas palavras, como Hugo Mãe? O solitário Crisóstomo sonha em ser pai; em outros vilarejos, outros personagens também sonham com o preenchimento de algum tipo de amor. Mas têm que lidar com a hipocrisia e egoísmo que se vê em sociedades de qualquer tam...
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