Lindo trecho da crônica Aquelemundoqueperdemos, de Cecília Meireles. O texto faz parte do livro Episódiohumano, que reúne textos da autora publicados no periódico carioca OJornal, nos anos de 1929 e 1930.
Deixe o mar carregar, ninguém ordena o mar. Só ele mesmo. Quem tenta conter o mar se fecha em si, como numa casca, e se esquece de que o brilho do sol permite que tudo seja visto, ainda que não seja apreciado. Mar que não dá peixe também pode ser bom. O prazer de se banhar te basta? Se sim, você pode mergulhar em qualquer mar. Mas se é peixe, vida, cores variadas que te preenchem, perca tempo procurando mais um pouquinho até se deliciar com o mar perfeito. Pleno.
A primeira obra que li de Jorge Amado foi Jubiabá , um livro já antigo, amarelado, que tinha na minha casa. Mas longe de ser a primeira versão, que aconteceu em 1935. Nem por isso, como até hoje podemos verificar, ficou ultrapassado. Quem ainda não leu, ou tiver o prazer de reler, vai se deparar com assuntos muito atuais, como a organização dos trabalhadores para garantirem melhores condições das suas labutas; os sonhos, muitos não realizados, para se escapar da pobreza; o preconceito racial; e a modificação das pessoas por meio da politização. Jubiabá ganhou, em 2009, uma linda versão em quadrinhos do cartunista Spacca (que eu utilizo aqui para ilustrar o texto que fala, na verdade, de João Balduíno, o protagonista. Jubiabá é o nome do pai de santo e uma espécie de conselheiro do Morro do Capa Preto, em Salvador, onde é criado o menino Baldo. Muito se fala de outro romance de Jorge Amado, Capitães da Areia , como um romance de formação. Mas eu também vejo Jubiabá dessa forma. ...
Uma característica desse blog é dar espaço para livros de qualquer época, não só os recém lançados. Então, não estranhem meu Top 3. Um livro não precisa ser considerado clássico ou estar na lista dos mais vendidos para ser citado. Compro, ganho, pego emprestado, descubro e redescubro livros, sem um roteiro. Espero que eles sirvam como sugestão para as leitura de 2021! 3 - O FILHO DE MIL HOMENS , de Valter Hugo Mãe. A obra de 2015 ganhou uma edição linda este ano, pelo selo Biblioteca Azul, da editora Globo, com ilustrações de Agostinho Santos e prefácio do escritor argentino Alberto Manguel. Quem poderia descrever tão bem uma história de esperança e amor de um pescador que vive à beira do mar, senão um navegante português das mais belas palavras, como Hugo Mãe? O solitário Crisóstomo sonha em ser pai; em outros vilarejos, outros personagens também sonham com o preenchimento de algum tipo de amor. Mas têm que lidar com a hipocrisia e egoísmo que se vê em sociedades de qualquer tam...
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